Cessão de propriedade intelectual, Google Sync e mais sobre o My Phone
Postador por Tiago Damasceno
Ontem a Google liberou o Google Sync, um novo serviço que permite sincronizar contatos e, dependendo do seu smartphone, eventos do calendário com serviços da empresa (contatos do Gmail e Google Agenda). O interessante nisso tudo é que tal lançamento só foi possível graças a um acordo raro realizado entre a Google e a Microsoft, que cedeu informações sobre o protocolo ActiveSync para a empresa de Mountain View - mediante, obviamente, royalties bem generosos. Com essa nova parceria, a Google junta-se a outras grandes empresas que têm acordos do gênero com a Microsoft, como Nokia, Sony Ericsson e Apple.
O novo Google Sync é bastante parecido com o My Phone em seu estágio atual. E sobre o My Phone, há algumas coisas omitidas no post de ontem que valem a pena serem mencionadas.
(Aliás, curiosidade: as bases do Skybox/My Phone vêm da aquisição da portuguesa MobiComp pela Microsoft, em meados do ano passado.)
O MyPhone era, anteriormente, conhecido pelo codinome Skybox, o qual se completa com outros dois serviços a serem lançados: Skymarket e Skyline. O que temos, nesse momento, é a primeira versão do Skybox/My Phone. O cronograma, levantado pela Mary Jo Foley, mostra versões 1.5 e 2.0 para os próximos meses. No total, essa fase inicial durará até 2010, com o lançamento do My Phone 2.0, completo e integrado com outras tecnologias Microsoft, como Windows Live e Live Mesh, coincidindo com o do Windows Mobile 7.0.
Sobre a questão do preço, há um diferencial interessante em relação a concorrentes como a Apple: a partir da versão 1.5, prevista para o meio de 2009, a Microsoft oferecerá um plano premium, pago, mas manterá a versão gratuita. A questão do espaço, duramente criticada por muitos (inclusive eu), é algo que tende a ser revista. Hoje o Hotmail possui espaço virtualmente ilimitado, e o SkyDrive ficou, numa única atualização, 500% mais espaçoso. É de se esperar algo do tipo também no My Phone, especialmente porque as despesas das contas gratuitas serão custeadas com publicidade no lado desktop do serviço.
Há que se comentar a questão do e-mail também. Diferemente do que foi dito ontem, e-mail não faz parte do pacote do MyPhone. E este, no momento (e talvez no futuro; não está muito claro ainda), não se propõe a fazer a sincronização de arquivos, mas sim o backup - daí a limitação a uma atualização automática por dia. Push mail depende do servidor, e tendo este suporte, hoje o Windows Mobile já tem capacidade para tal recurso, através do seu Outlook, que suporta POP3 e IMAP. Essa questão do e-mail, ainda, será de responsabilidade de outro pilar do tripé sky-alguma-coisa: o Skyline.
O Skyline, diferentemente do Skybox/My Phone, tem como foco o público corporativo. Ele será batizado como Outlook Live, e inclusive já apareceu n’algumas screenshots do Windows Mobile 6.5, que por sua vez, está previsto para sair em abril deste ano. Esse serviço será destinado a pequenos empresários que não possuem estrutura e solução própria de e-mails, mas que gostariam de consolidá-las em suas empresas. O Outlook Live trará push mail, e permitirá sincronizar (agora sim) contatos, calendário e e-mail de contas pessoais e corporativas. Em suma, será um concorrente direto e fortíssimo do império levantado pela RIM, com seus Blackberries. Outro ponto importante será a integração com o Office Live. Espera-se o lançamento da primeira versão do Outlook Live no mês que vem (março), para Windows Mobile 6.1, sob a forma de atualização, em dispositivos que já estão no mercado, e vindos de fábrica nos novos.
O último pilar do tripé é o Skymarket, que para ser bem sucinto, é a loja online de aplicativos para Windows Mobile, parecida com a Android Market e App Store, lojas do Google Android e Apple iPhone, respectivamente.
Como se vê, os planos da Microsoft para o Windows Mobile são maiores do que o anúncio do My Phone sugere. Pelos prazos dados pela empresa, e republicados por blogs internacionais, especialmente o da Mary jo Foley, estima-se que só poderemos ver o cenário que a empresa deseja entregar ao usuário dentro de uns 15 meses. Peças aparentemente soltas, serviços à primeira vista meia boca, são detalhes que, integrados, prometem realizar o sonho de usuários mobile. E tudo isso integrado com tecnologias e serviços já existentes. Como, ainda não se sabe. Mas eu confio. E você?
Quem escreveu?

Paranaense, 22 anos, bacharel em Direito e aficionado por informática. Windows-user desde 1996. Powered by "PC frank" (Vista Ultimate) e Dell Vostro 1000 (XP Home).
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